Antropofagia

Antropofagia foi um movimento artístico inserido no Modernismo brasileiro que se contrapôs ao eurocentrismo artístico do começo do século 20 e defendeu uma atitude de assimilação crítica das ideias e modelos europeus pelos artistas nacionais. O termo "antropofagia" funcionava como uma metáfora do processo de formação da cultura brasileira, defendido por modernistas como Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, que remetia à ideia de, como "antropófagos", sermos capazes de deglutir os modelos importados e produzirmos obras com uma cara genuinamente nacional, em vez de simplesmente copiarmos o estrangeiro como era feito até então. A inspiração para o movimento veio do quadro Abaporu (1928), de Tarsila do Amaral. No mesmo ano, Oswald de Andrade escreve o "Manifesto Antropófago", é fundado o Clube de Antropofagia e publicada a Revista de Antropofagia. A antropofagia, na visão de Oswald de Andrade, significava a síntese utópica do modelo estrangeiro com a experiência brasileira sob a perspectiva crítica e seletiva do "primitivismo" nacional. A imagem do selvagem canibal (como muitos europeus viam os brasileiros) que devora e assimila apenas o que interessa era a mais representativa do movimento antropofágico.



Nenhum comentário:

Postar um comentário